quarta-feira, 12 de março de 2014

Ator Roney Facchini dá suas impressões da peça “Ou você poderia me beijar”



Texo: Edson Souza


O homossexual na terceira idade e os direitos civis estão representados no espetáculo Ou Você Poderia Me Beijar, em cartaz no Teatro do Núcleo Experimental.

 
Roney Facchini em cena - Ou você poderia me beijar

Dirigida por Zé Henrique de Paula e com texto do britânico Neil Bartlett, a história conta a difícil tarefa de um casal que lida com a morte de um dos cônjuges depois de 60 anos de relacionamento. O par é interpretado por seis atores, em três épocas: juventude (Thiago Carreira e Felipe Ramos), maturidade (Marco Antonio Pâmio e Rodrigo Caetano) e velhice (Claudio Curi e Roney Facchini).

Não importa o gênero, o amor sempre prevalece, é o recado passado pelo espetáculo. O ator Roney Facchini tem a sua definição. "Para mim, além de uma história de amor, a peça trata da dificuldade que duas pessoas têm, depois de viverem 60 anos juntas, de se separar, por qual motivo seja. Gosto muito do humor da peça, a dificuldade de um dos personagens para se entregar ao seu desejo homossexual na década de 70, tudo muito sutil e engraçado", explica.

O intérprete não sentiu muita dificuldade para viver um homossexual idoso. "Não assumimos estereótipos e falamos do homem em geral. Como tenho 60 anos, me parece fácil falar da terceira idade, já estou nela. O fato dele ser homossexual é natural como a própria vida", conta Facchini. "Nunca me senti tão bem, realizado, atuante, o teatro ajuda muito. Um idoso não precisa parar de trabalhar, no teatro haverá sempre grandes personagens para atores velhos."

Cada espectador se identifica com um aspecto do espetáculo. "As mulheres nem enxergam o casal gay, a maioria fala que é igual à história dos avós, tios etc.", diz o ator. "Alguns jovens se apegam às dificuldades iniciais do casal, o primeiro apê, a rejeição social, mas com certeza é o amor que mais prevalece nas três fases, juventude, maturidade e velhice."

De um modo contemporâneo o espetáculo é permeado de drama, comédia e fortes emoções. Diversão garantida para a plateia. A peça, que estreou no último dia 7, fica em cartaz até 27 de abril, às sextas e sábados, 21h, e domingos, 19h. Mais informações sobre ela você tem em nossa Agenda.

Publicado no site Guia Gay São Paulo.

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